quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Do estranho mundo em que vivemos

Eu não sou consumidora de televisão – no sentido abrangente, que inclui cinema, internet e plataformas de streaming. Sou quase uma espécie de info excluída, porque não acompanho (por falta de tempo e pachorra) as séries e filmes que toda a gente vê.

Não vejo, mas oiço falar.

O problema é que, não raras vezes, é o meu filho quem chega a casa a falar-me dessas novidades.

Aconteceu com a Casa de Papel -  cantarolava a “Bela Ciao” com 5 anos, porque ouvia a musica na Maison Relais (nota: o seu grupo era dos 4-6 anos).

Aconteceu com o Naruto, aos 6 anos, porque dois colegas de escola tinham “cartas” e o educador da Maison Relais os deixava ver a série do portátil.

Ainda não aconteceu com Squid Game. Ou pelo menos ele nega andar a jogar a brincadeiras violentas inspiradas em séries da Netflix. Fruto de todas as notícias que correm sobre esta nova série, o meu marido tem-no bombardeado com questionamentos e, ao que parece, ainda não se expandiu pelo seu ciclo de contactos.

Estamos de olho!

Que ele me chegue a casa a falar do Spiderman, do Pokemon e do Dragonball, eu até compreendo. São desenhos animados que ele não vê – porque considero que daí não tira nenhum proveito – mas que são mais ou menos para a sua idade.

O que eu não entendo é: como é que os outros miúdos chegaram ao conhecimento de séries para maiores de 16 ou 18 anos? Não me venham com a história de que vêm por causa dos irmãos mais velhos. Em minha casa não há irmãos mais velhos, mas há controlo parental – não apenas na aplicação, mas na presença e acompanhamento. Controlamos o que o nosso filho vê na televisão. Nunca tem acesso livre à tablete, computador ou smartphone.

Se ele aprecia as restrições? Não, não aprecia. Pede muitas vezes para ver desenhos animados sem conteúdo. Mas a resposta é inequívoca: ou vês o que é adequado para a tua idade ou apagas a televisão. Tão simples.

Nós fazemos o nosso trabalho. Outros pais não. E por culpa deles, sofrem todos. Porque na escola e no acolhimento os maus exemplos espalham-se como rastilho de pólvora.

Quase me apetece dizer: que bom que seria voltar à idade da pedra.

A três é que é bom!



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