sexta-feira, 10 de maio de 2019

Da vulnerabilidade

No dia a dia uso muito provérbios e lengalengas, lugares comuns e frases ditas. Uma delas é: ninguém diga que está bem... E é bem verdade.

No dia 14 de abril, estava o meu rebento sentadinho a ver os desenhos animados com o papá, quando este me chamou para ir rápido ver o que era aquilo. No meio do cabelo do pequenote, quase no centro da cabeça, estava uma coisa redonda, com uma coloração preta. Sem pensar, agarrei aquilo e fiquei a olhar para a mão. Fui analisar à luz, deixei cair, não se mexeu, peguei novamente na mão e fiz explodir aquele saco cheio de sangue da cabeça do meu príncipe. Sim, era uma carraça! Só podia ser uma carraça. Sem a cor esverdeada das ervilhas - de que tenho memória de ver nas orelhas dos cães - mas nenhum outro bicho suga sangue daquela forma. 

A seguir veio o pânico das terríveis consequências duma picada de carraça e as interrogações de onde é que ele apanhou aquilo e há quanto tempo estava aquela besta agarrada à sua cabeça (perguntas que ficaram, obviamente, sem resposta...).

Ao invés de correr para as urgências (num domingo) com o menino sem qualquer sintoma além da picada, procuramos saber o que fazer nestes casos. O ministério da saúde local publicou um cartaz informativo e fácil foi concluir que, no imediato, nada havia a fazer a não ser desinfetar a picada e ficar alerta a possíveis sinais de febre ou manchas na pele (na ferida ou noutro local do corpo). As complicações possíveis: doença de Lyme e febre da carraça. 

Claro que liguei à pediatra (disponível só no dia seguinte) para saber o que fazer mas os conselhos foram os mesmos. Desinfetar e observar.

Passado quase um mês sobre o sucedido, a febre da carraça aparecer é altamente improvável. Quanto à doença de Lyme, uns dizem que surge em 48h mas de acordo com alguns sites há a possibilidade de se manifestar até 3 meses - infelizmente na internet encontra-se de tudo... para o bem e para o mal.

É inacreditável como de um momento para o outro o nosso mundo pode desabar! Felizmente, neste caso, (e quero muito acreditar nisso!) apenas nos ameaçou de derrocada.

À terrível vulnerabilidade do ser humano no geral, acresce, numa mãe, a inultrapassável fraqueza de não poder trocar de lugar com o filho, sempre que este está em perigo. 

Amo-te meu amor.

A três é que é bom!