terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Da responsabilização

Ao meu post anterior associei uma foto lindíssima dos meus rapazes (é assim que os vejo) e isso inspirou-me para vos contar um pouquinho do que tem sido a nossa vida desde que adotámos o Mickey - já la vai um ano e três dias 😊

Como tive a oportunidade de relatar, o cão veio parar a nossa casa a pedido do pequeno príncipe. 
É claro que nós (os pais) não colocámos objeções - até porque se assim fosse, não o teríamos adotado! Mas convenhamos que não nos teríamos metido nesta aventura se não fosse para satisfazer o seu desejo - e isto, independentemente de reconhecermos que um animal de companhia é uma mais valia na educação e crescimento das crianças.

Assim, e apesar de cientes de que o cão seria mais um encargo às nossas costas, alertámos o nosso filho que o animal seria responsabilidade sua. 

Como é que isto se passa na prática? De forma bastante simples: ocupamo-nos todos do Mickey, consoante a nossa disponibilidade, respeitando a distribuição de tarefas acordada.

Se é verdade que durante a semana é o papa quem mais se ocupa do nosso companheiro de 4 patas, ao fim de semana não dispensamos os nossos longos passeios a 3 - os três M: Matias, Mickey e mamã (esporadicamente, ao domingo, contamos com a companhia do papa).
 
Quando o tempo permite vamos pela floresta. Quando há demasiada lama, preferimos trilhos alcatroados, mas, ainda assim, maioritariamente na natureza. São vários km, numa média de 2 horas de caminhada. Que bem que nos faz. A todos!

É claro que por vezes tenho de relembrar ao meu filho de quem é o cão - para desbloquear aquela reticência em sair de casa. Para o chamar à razão. Para lhe relembrar das suas responsabilidades.
E resulta. Aceita que tem uma obrigação para com o animal, a quem chama de seu, e assume o seu papel de dono. 

Se o cão o vê como tal (como dono), é toda uma outra questão 😅 Acho que o vê como um irmão e por vezes, até, como um rival - a ver quem consegue captar mais a atenção dos pais. 
Juntos são duas crianças. Dois tolinhos. Os meus rapazes!

A três é que é bom!
(Mas a quatro somos mais avariados) 







segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Da liberdade

No passado fim de semana os portugueses foram chamados a eleger o seu Presidente da República para os próximos 5 anos.

Parece coisa pequenina. Mas num mundo cada vez mais povoado de indivíduos centrados no próprio umbigo, com líderes partidários a apelar ao ódio, xenofobia, racismo e outras monstruosidades, votar, além de um direito, tornou-se um dever.

E nós cumprimos o nosso. Como cidadãos, pessoas, seres humanos. Não como imbecis.

E o propósito desta conversa neste blog deve-se ao simples facto de que esta foi uma boa oportunidade para tentar explicar ao meu filhote o que é a liberdade e a democracia. 

Falei-lhe, grosso modo, do poder que cada um de nós tem de fazer as boas escolhas. De pensar pela própria cabeça e decidir em consciência. Não se deixar levar por populismos e populistas. 

Contei-lhe, ainda, que nos assiste uma obrigação de preservar esta liberdade. Não podemos permitir que se percam anos de luta. Muitos penaram para que hoje todos possamos votar. 

A dada altura perguntou-me porque é que não podia votar também. Expliquei-lhe que o direito de voto está reservado aos maiores de 18 anos, idade em que se atinge a maioridade. 

Disse-lhe, também, que as crianças não estão, ainda, plenamente desenvolvidas para entender o alcance das suas escolhas e que por isso não podem exercer o direito de sufrágio.

Argumento totalmente falso! 

Estou segura que, se o meu pequeno príncipe e tantas outras crianças de 7 anos votassem, teriam um sentido de voto mais consciente e humano que quase meio milhão de portugueses.

Viva a Liberdade. Viva a Democracia.









quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Do que realmente importa

A metáfora do copo meio vazio ou meio cheio diz muito sobre as pessoas e sobre a sua postura perante a vida e os desafios.

Eu poderia dizer-vos que o meu Natal foi triste e desolador porque, em mais de 4 décadas, foi a segunda vez que não passei esta quadra com os meus pais. E a culpa foi do COVID. 

Ou então, posso simplesmente dizer-vos que estamos todos de boa saúde. 
Por força da nossa atitude responsável, não nos colocamos a nós nem aos outros em situação de risco. E isso é, estarão todos de acordo, o mais importante: fazer o que está ao nosso alcance para preservar a nossa saúde e daqueles que amámos.

Posto isto - aceitando que as coisas são como são e que mais do que nos nossos pequenos caprichos pessoais devemos focar-nos na humanidade como um todo - estávamos prontos para celebrar o Natal e tudo o que ele representa: o amor, a partilha, a família. 

E soubemos aproveitar cada momentinho. Com alguns bem juntinho, com outros à distância - mas todos unidos num grande abraço dentro do coração. 

O pequeno príncipe teve a recompensa do seu trabalho traduzida nas prendas que tanto desejava. Sim, é um pouquinho de consumismo. Mas se todos trabalhamos para o salário ao fim do mês, parece-me justo que as crianças deem o seu melhor na expectativa de receberem o que mais desejam. E que feliz que ficou! Aquele sorriso rasgado vale cada cêntimo gasto. 

A título de registo, e porque não merece mais que isso, digo-vos que à meia noite de 31 de dezembro estávamos bem aconchegados em vale de lençóis. 

A três é que é bom!