terça-feira, 25 de agosto de 2015

Amamentação

Ainda grávida, mais do que a hora H, temia a iniciação à amamentação. 
Dona de peitos sensíveis, sem formação de bico, e filha de mãe com experiência negativa no que toca o aleitamento materno, o cenário desenhava-se difícil. 

E foi.

Ao segundo/terceiro dia depois do nascimento do pequeno príncipe, tinha os peitos em ferida. As dores eram imensas. O ato de amamentar uma tortura. Recomendaram-me o uso de bico em silicone. Ajudou. Mas ainda assim, e até sarar as gretas, cada mamada era acompanhada de lágrimas a escorrer pela cara abaixo. Nem consentia que me falassem, concentrada naquele momento, a tentar esquecer a dor e a vontade de desistir.
Mas dizia a mim mesma que tinha de "me fazer de forte" porque nada há de melhor para um bebé do que o leitinho da mamã (sem esquecer a praticabilidade e a economia). E que, depois daquele ponto de sofrimento, a coisa só podia melhorar... 
Além disso, eu precisava que ele mamasse, para me aliviar do imenso desconforto do peito cheio de leite...

Nessa convicção e persistência, ao fim de uns dias (ainda que longos e dolorosos) amamentar passou a ser um ato natural e reconfortante. Sem qualquer dor ou desconforto. 

Amamentei em exclusivo até aos 5 meses do meu filho, altura em que iniciamos a introdução dos legumes. 

Quando voltei ao trabalho, depois da gravidez, (já ele tinha 10 meses) , consegui manter a amamentação porque já só mamava de manhã e à noite (às vezes à tarde, quando regressávamos a casa).

Entretanto, desde janeiro último, passou a mamar apenas do peito direito, dizendo que o outro estava seco. Na verdade sempre teve leite, mas, não sei porquê, o pequenito deixou de pegar no peito esquerdo.

Muitos me perguntavam (incluindo o meu médico de família e a pediatra) até quando pretendia amamentar... 
Inicialmente tinha estabelecido que amamentaria até aos 2 anos de idade do meu filho - se ele assim quisesse e até porque a OMS recomenda a amamentação até essa idade. 
Contudo, chegados a junho passado, e tendo lido sobre o desmame, concluí que seria o pequeno príncipe a decidir quando deveria deixar a mama. Não lhe quis impor a rutura, sendo certo que a mim não me fazia qualquer repugna ou desarranjo amamentar. Os dias difíceis da iniciação ficaram bem lá atrás. 

Por conseguinte, e consequência do desinteresse manifestado durante as férias em Palma de Maiorca, foi assim que na sexta-feira passada amamentei pela última vez, quando o meu rebentinho, já com 2 anos e quase 2 meses de idade decidiu largar o peito e encerrar este capítulo.

Sinto-me orgulhosa por ter conseguido resistir à imensa tentação de desistir. Teria sido o caminho mais fácil, na altura. Escolhi o mais difícil. 
E valeu a pena. Cada lágrima derramada ficou largamente compensada pela simplicidade/facilidade/comodidade que se tornou amamentar.

Ao meu marido fica o agradecimento pelas tentativas de me dar coragem naqueles primeiros dias. Sei que teria trocado de lugar comigo, se pudesse. 

A três é que é bom! 







sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Palma de Maiorca

Numa espécie de depressão pré-regresso-ao-trabalho, decidi autoflagelar-me um pouquinho recordando como foram as nossas férias.

Das 3 semanas que hoje findam, 15 dias foram passados em Palma de Maiorca. Ficamos de 4 a 18 de agosto em Cala Mandia, num resort totalmente vocacionado para receber famílias com crianças de todas as idades. 
Até ao 12 de agosto éramos 8 - 5 adultos e 3 crianças... ou seriam 3 adultas e 5 crianças??? Depois juntaram-se a nós um casal amigo com o filho adolescente. 

Foram dias felizes!

O meu pequeno príncipe adorou as piscinas e a praia. 
Na piscina dos escorregas brincou até perder o fôlego. Ora no escorrega verde, ora no azul, ora nos vermelhos, ora a fazer de tubarão com a tátá L. e o amiguinho... Foi um desassossego e um cansaço.

Na piscina baixinha dos meninos pequeninos, e depois de o termos convencido a colocar a bóia e as braçadeiras, acabou por aprender a saltar, rodopiar, flutuar, quase nadar e engolir litros de água com cloro e muito xixi :/ 
Destemido e aventureiro, "nadou" numa das piscinas grandes onde a mamã quase não tinha pé, sem ninguém a segurá-lo (além das bóias, claro!).

Na praia fizemos castelos de areia, buracos, túneis (com a ajuda preciosa da tatá C.), jogamos à bola e enterramos o papá até ao pescoço! A mamã, que nunca tinha feito um castelo de areia na vida, tornou-se perita na área, batendo de largo a sua adversária direta, a tatá B. :)

A água do mar, deliciosa de transparente e quentinha, convidava a banhos e a mergulhos. O meu pequenote divertiu-se muito com o seu barco sem vela e com os saltos nas ondas (quase inexistentes). 
Da praia fica, ainda, a recordação das picadas de alforreca (acho este nome mais engraçado do que medusa) na barriga do ZA e na mão da tátá C. Ui, que dores, disseram eles. Uma coisa é certa: ficaram as marcas de guerra :)

Todas as noites havia espectáculos. O Blaudi e a Blaudina, conjuntamente com a equipa de animação do hotel, divertiam a pequenada. Para os mais crescidos houve flamenco, capoeira, musicais, magia, teatro. No entanto, e vá-se lá saber porquê, esta era a hora em que os 3 rebeldes se lembravam de correr e fugir e fazer desesperar os pais. Três monstrinhos à solta. 

Não posso dizer que ficamos a conhecer Palma de Maiorca, porque, na verdade, foram férias muito "caseiras". Com 3 miúdos traquinas na bagagem, só tivemos coragem de sair do hotel para fazer o percurso no comboio turístico até Porto Cristo e uma viagem de barco que, se tivesse durado mais do que as 2 horas que escolhemos, acabaria em tragédia :) 
Da viagem de autocarro do aeroporto até Cala Mandia recordo uma ilha pouco asseada. 
Da fama que as baleares gozam nada pude apurar, felizmente. A zona que escolhemos era muito tranquila e fica bem longe da confusão. 

Certamente por simpatia, disseram-me que falava muito bem o castelhano. Tenho a certeza que não. Mas que me divertia a tentar, lá isso divertia :) 

E assim finda o pequeno registo das nossas merecidas férias. A três é que é bom.