quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Jardim zoológico

Começo por vos dizer que não gosto de jardins zoológicos. É desolador ver os felinos - os meus animais favoritos - dopados e encarquilhados, confinados a meia dúzia de metros quadrados. São bicharocos que em estado selvagem são maravilhosos. Mas quando em zoo têm sempre aquele ar infeliz e apático, de quem não vive e apenas existe.

Mas pronto. A verdade é que, não fossem os zoos, muitas espécies de animais já teriam desaparecido. E quantos de nós teriam a oportunidade de ver o rei leão ao vivo e a cores?

Assim sendo, no passado sábado - e porque o tempo estava a contento - decidimos visitar um dos zoos das proximidades, reputado pelo enorme número de animais que alberga e cuja atração atual é um espetáculo com os tigres.

Na receção compramos pipocas que podíamos dar a alguns animais - na sua maioria, animais domésticos, com exceção do urso, que as apanhava em pleno voo. 

Não vou citar todos os animais que vimos - até porque não me lembraria de todos - mas apenas os que mais marcaram o piolhinho: os tigres (de bengala e siberianos), os leões (castanhos e brancos), o puma (cujo rosnar se fazia ouvir por todo o parque), os lobos brancos (que tanto fizeram a mamã chorar da outra vez que visitou o zoo) o urso castanho (o polar estava doente), os rinocerontes (o bebé estava a mamar na mamã), as girafas, os elefantes, os pinguins, o espetáculo dos leões marinhos, os gorilas, o pónei (a quem tentou dar pipocas, mas a medo), as cabras (essas sim, fartaram-se de comer milho) e o espetáculo dos tigres.

Em relação ao espetáculo dos tigres... é deprimente! 8 tigres - lindos! - corridos à chibatada por um idiota que se diz domador, é um triste cenário.
Os tigres estão dopados e, ainda assim, não obedecem ao fulano. Fazem um pouquinho o que lhes dá na real gana, a arrastarem-se de um lado para o outro numa arena minúscula. Não gostei. Nada!
O momento alto do espetáculo foi quando um dos tigres rosnou ao pateta que o tentava manipular e eu desejei que lhe mandasse uma patada - sem aleijar, vá... mas suficientemente forte para por um termo naquela atração ridícula. Feito à semelhança do circo, é inapropriado e cruel. 

Com os prós e os contras, não posso deixar de concluir que foi um bom dia, até porque o pequeno príncipe adorou. Só adormeceu já no regresso a casa, exausto e feliz e com muitas histórias para contar.

A três é que é bom!


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Domingo de Outono

"No Outono as folhas ficam amarelas e caem. As árvores ficam nuas." O pequeno príncipe não se cansa de me repetir este resumo simples do que é o Outono -  e eu não me canso de o ouvir.

A mamã já lhe tinha prometido que um dia destes íamos apanhar as folhas no parque e ver, com os nossos próprios olhos, a magia das folhas a cair e a desnudar as árvores.

Como ontem estava um belo dia de sol - ainda que fresquinho - aproveitámos para sair da toca e desfrutar dos raios. 

Tendo proposto ao rebento irmos apanhar folhas, disse-me que não, que queria andar de bicicleta. Ok. Seja feita a sua vontade. :)
Acompanhados pelo avô, fomos ao parque da escolinha perto da casa deste. Deu umas voltinhas rápidas e sem muito entusiasmo. Ainda não consegue dar a volta completa aos pedais, mas às meias pedaladas lá vai indo... 

Saciada a vontade de pedalar, fomos ao parque não muito longe dali. Ficamos encantados com uma perseguição entre dois esquilos, num pinheiro altíssimo, e sem entender se aquilo era uma luta ou um acasalamento. O certo é que acabámos por seguir viagem, e os dois bicharocos lá continuavam a correr um atrás do outro.

No parque infantil o meu piolho subiu no cavalo, andou no escorrega, passou o passadiço agarradinho ao papa, andou no baloiço e correu relva fora, à procura das folhas grandes caídas pelo chão.
No meio das folhas encontrou castanhas, propositadamente largadas para os animais. E é claro que a tentação de as apanhar foi imediata. Depois de encher as mãos da mamã de castanhas, decidimos deixá-las juntinho ao pinheiro onde tínhamos visto os esquilos, para estes comerem no inverno - quando a neve chegar e a comida escassear. 

E entretanto era hora de regressar, com duas folhas do outono na mão para dar a avó que ficou com o Benny e o coração cheio de felicidade.

A três é que é bom!


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Dia do Pai

Contrariamente a muitas outras festividades, o Dia do Pai não se festeja no mesmo dia em todo o mundo. E aqui, no Grão-ducado, celebra-se no primeiro domingo de outubro.

Portanto, enquanto que muitos dos meus familiares, amigos e conhecidos estavam preocupados em não ir votar (o meu voto, por correspondência, não contou para aquela estúpida taxa de abstenção!), nós estávamos empenhados em celebrar o Pappendag.

A prendinha da creche estava bem escondida em casa, tendo conseguido que o pequeno príncipe se esquecesse dela, evitando uma entrega antecipada. 
Durante a semana tínhamos combinado que faríamos um bolo de chocolate especial "fête des pères". Assim, no domingo de manhã, quando o pequenito abriu a pestana às 6h30 da manhã, descemos para cumprir a nossa missão.
Ainda antes de metermos mão à obra, o pai recebeu a prendinha que as educadoras ajudaram o filhote a preparar. Uma sequência de 4 fotos do rebento, em cada uma segurando uma letra P A P A. Tão lindo. Confesso que fiquei com uma ponta de ciúme, ao ver aquele sorriso largado do meu tesouro, todo ele para o pai :)

O bolo, feito com todo o carinho e com a ajuda efetiva do piolho, só poderia ficar bom. É a receita mágica, que toda a gente aprecia :) Levámo-lo para casa dos avós, porque o avô também é o pai da mamã... E não só partilhamos o bolo como nos deliciamos com o prazer do meu mais que tudo a saboreá-lo! Nham nham.

E porque era um dia mesmo especial, tínhamos que ter um programa diferente.

Desde as férias que o filhote pedia para irmos à piscina. No entanto, por razões várias, ainda não tínhamos conseguido arranjar tempo para o levar. No domingo foi o dia. A infraestrutura, além das piscinas para os pequenitos, tem toboggans e uma piscina de ondas! "É o mar", dizia ele. Ele gostou e eu amei. Nada nos enche mais o peito do que a felicidade estampada na cara dos nossos filhos, né?

A três é que é bom!