quarta-feira, 22 de julho de 2015

A quatro mãos vai mais rápido

Os momentos de stress lá em casa multiplicam-se - sobretudo porque estou a criar um piolhinho que acha que pode mandar e desmandar a seu belo prazer - mas também partilhamos episódios deliciosos.

De entre as inúmeras aquisições que registámos no desenvolvimento do pequenito, está a sua convicção de que pode fazer tudo como os adultos. Vai daí, dos mais simples atos do quotidiano aos mais elaborados, está sempre apto e disponível para também experimentar (digo experimentar, mas ele diz fazer - acha mesmo que já sabe).

Ontem foi dia de ajudar a mamã na cozinha. 
Há tempos, e para o distrair, tinha-lhe pedido que me ajudasse com os legumes para a sopa, que deixei que colocasse na panela, depois de descascados e lavados.
Portanto, quando lhe disse que íamos parar a brincadeira juntos  por uns minutos, porque a mamã tinha de preparar o jantar, aprontou-se logo para me auxiliar. Foi arrastar a cadeira até à bancada e empoleirou-se nela, para me ajudar na culinária :)
Estava a cortar tomates, para fazer arrozinho (que ele adora), pelo que lhe pedi para os colocar da tábua para o prato. Não era atividade que permitisse grande intervenção do meu menino, mas lá consegui encontrar um meio para que colaborasse e sentisse que era parte integrante da árdua tarefa :)

Entre os tomates que foram para a boca e os que colocou no prato, passamos um momentinho bem engraçadinho e sem algazarra.

Digo-vos que esta fase do "quero, posso e mando" está a ser extenuante, porque exige, a cada segundo, que tenhamos de nos debater para conseguir que o pequeno príncipe realize os mais elementares atos do dia a dia. A cada palavra que lhe dirigimos recebemos um "não" redondo, seja essa resposta admissível ou disparatada. 
Como me dizem: "é a idade de testar limites". Pois bem, o meu rebento está em vias de conseguir o mestrado na área. Oxalá não anseie pelo pós-doutoramento :P

Independentemente da luta diária, dos cabelos que me apetece arrancar (da minha própria cabeça!) e das guerras ganhas e perdidas, digo-vos que não me arrependo de ter abraçado este "projeto". 
A três é que é bom!


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Quanta negatividade :)

Há uns dias atrás (semanas...) comentava com o meu marido que a próxima entrada no blog seria intitulada "olha mamã". 
Sim, que essa era, até há não muito tempo, a frase que mais saía da boca do meu pequeno príncipe.

Olha mamã, o popó preto! Olha mamã, o camião! Olha mamã, uma mota amarela! Olha mamã, a bolinha "rouge"! Olha mamã, olha mamã, olha mamã... 

Entretanto começou com a famosa frase: "mamã, que estás a fazer?" (num português perfeitamente compreensível ainda que não perfeito). E fica à espera de uma resposta completa. Nada de monossílabos nem respostas rápidas. Quer uma explicação capaz de corresponder a toda aquela curiosidade inata. É um interesse genuíno e verdadeiro.
Se lhe perguntarmos: "e tu, o que estás a fazer?" também nos elucida. Tão fofo!

Esta semana entramos em cheio na famosa e temida fase da negação. É não para tudo e para todos, a toda a hora e a todo o instante. 
- "Queres brincar com o popó? - não! não quer!"
- "Queres leitinho? - não! não quer!"
- "Vamos vestir o casaco para ir embora? - não! não quer!"
- "Dás um beijinho à mamã? - não! não quer!"
... e por aí em diante.

É não e não e não, independentemente de a seguir fazer ou pedir exatamente o que lhe é proposto.

Decidi seguir um conselho que li algures na net que é propor-lhe alternativas, de modo a que o "não" não seja resposta possível. Do género: "queres vestir o casaco azul ou o verde?". E até que funciona. 
O piolho satisfaz a sua ansia de decisão e de "eu é que sei o que quero" e nós, pais, evitámos de nos debater a cada instante para que faça isto ou aquilo. Estratégias simples, afinal de contas.

Com um pequerrucho arrebitado a querer mandar lá por casa vos digo que: a três é que é bom!


*** FOTO EM FALTA ***

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O tempo

Passamos a vida a falar do tempo... Seja do mau tempo, seja do bom tempo, seja da falta dele... Apontado como o tema de conversa, quando nada mais há a dizer, o tempo é muito falado e discutido.

Pois bem, hoje, e apenas porque sim, também decidi que era tempo de falar do tempo :) 

Meteorologicamente falando, devo dizer-vos que o tempo tem estado (de ontem para cá, menos) extraordinário - nas várias aceções da palavra. Não apenas invulgar - diferente do habitual - como também inesperado e fantástico. Com temperaturas acima dos 30º, só nos falta a praia. 

O pequeno príncipe, que costumava oferecer resistência a t-shirts e calções - por lhe faltar parte do tecido para cobrir a chichinha - acabou rendido a estas indumentárias, típicas dos dias bons.
As noites é que têm sido mais complicadas. Nos primeiros dias de calor as casas ainda se mantinham frescas, mas agora que a temperatura desceu no exterior, tornaram-se abafadas e pesadas.
Acorda de noite a pedir água e transpirado. Rebola de um lado para o outro sem conseguir conciliar o sono. De manhã, quando é preciso levantar, está ferradinho e acaba por ficar rabugento ao ver-se forçado a acordar... Paciência...

Na segunda-feira, quando o fui buscar à creche, encontrei-o enfiado na piscina, com os amiguinhos, todo refastelado.
Confesso que estava ansiosa por esta experiência, porque no verão passado não se mostrou muito satisfeito com a ida a banhos... E sempre pensei que se mostraria mais recetivo se fosse uma atividade do conjunto, e não apenas com a mamã. Parece que não me enganei. A educadora contou que mostrou alguma resistência a princípio, mas que acabou por apreciar. Fico contente! Temos previstas férias na praia, pelo que convém que o malandreco esteja disponível para "mergulhar" :)

Falando de tempo, no sentido do decurso, devo dizer-vos que o facto do meu menino ter completado 2 anos me fez acordar para a evidência de tudo estar a acontecer muito depressa. Bem sei que é corriqueiro dizer que o tempo passa a correr, mas é bem verdade. Ainda ontem estávamos a planear ter um filho, num instante passaram  os 9 meses de gravidez e eis-me mãe de um menino de 2 anos. Sim que, agora, já não é um bebé, é um menino! É de arrepiar! 
Quase sinto saudades do meu bebé, que pegava no colinho e embalava. Que enchia de beijos sem ele barafustar e dizer: "mamã, arrête!" - porque está muito apressado para ir brincar... Sinto-o a ganhar asas a cada dia, e isso é assustador. 
Vá, claro que é delicioso vê-lo atarefado na sua vidinha, cheio de energia e de coisas pra fazer, falador como a mãe,  reguila e fiteiro como o pai, enfunado como a avó :) Mas, digamos que acordei para a dura realidade de que o meu filho - como os dos outros - não é apenas meu. É um cidadão do mundo e está a cada dia mais perto de voar... 

E, nesta sequência, vem aquela tristeza pelo pouco tempo que passamos juntos. É certo que tentamos aproveitar da melhor maneira os momentos a dois/três, mas conscientes de que nunca é muito. Entre as refeições, o banho, o sono, não restam muitos minutos para o lazer, a descoberta, os mimos :(


E agora chega. Depois de tanto tempo a lamuriar, é tempo de vos lembrar da grande descoberta depois da maternidade: A três é que é bom! :)