terça-feira, 2 de março de 2021

Dos hábitos de leitura

Os livros sempre fizeram parte da vida do meu pequeno príncipe. 

Ainda bebé, compramos-lhe daqueles livrinhos que mais do que livros de imagens são um conjunto palpável de diferentes texturas.

Seguiram-se os livros de capa grossíssima, com uma palavra por página e desenhos coloridos das mais variadas espécies: animais, carros, frutas, legumes, objetos, brinquedos... nem todos ficaram em bom estado. Mas cumpriram a sua missão, ao encher de conteúdo a vida do meu menino. 

Por muito que puxe pela cabeça - talvez essa informação até esteja neste blog - já não me recordo quando é que o ritual da leitura da história antes de dormir se implantou. Mas de uma coisa lembro-me com clareza: do quanto as histórias do T'choupi foram úteis para passar mensagens ao meu filho: T'choupi ne veut pas prêter; T'choupi est poli; T'choupi va sur le pot; T'choupi veut un chaton; T'choupi veut tout faire tout seul; T'choupi se pert au supermarché... Foram horas e horas de lavagem cerebral :)

A coleção P'tit Garçon, além do estilo ritmado, incluía, no final, um quiz sobre a história, estimulando o interesse e concentração do meu pequenote, para poder responder corretamente às perguntas. 

A dada altura descobri a coleção "Mon Histoire du Soir", livros fantásticos que compilam os grandes êxitos da Disney, em poucas páginas (sim, poucas páginas... para não eternizar a hora da caminha!). Além da história original dos filmes, encontrei e comprei histórias inéditas dos seus heróis favoritos.

Não estou prestes de esquecer que durante noites e noites a fio tive que lhe ler a história do Spiderman - quando, com pouco mais de 3 anos e sem nunca ter visto tal desenho animado, o homem aranha se tornou o seu herói favorito. 

Aliás, esta compilação ainda hoje faz parte dos livros mais requisitados lá na estante. 

Nas últimas férias em Portugal (maio de 2019), o meu filhote encontrou, lá em casa dos avós, o único livro de quadradinhos da mãe e decidiu trazê-lo. Durante uns tempos andou com o livro aos trambolhões, explorando as imagens e pedindo-me para o ler - o que não fiz, pelo que acabou encostado.

O gosto pelos "MickeyMaus" regressou com a capacidade de ler sozinho. 
Sim porque, apesar de não dispensar que a mamã lhe faça a leitura da história da noite, o meu rapazote já sabe ler! E embora a escolarização seja em alemão, a língua que mais gosta é o francês. 

Que delícia que é ouvi-lo. 

E que liberdade nos dá a capacidade de ler! 

Foi isso mesmo que ainda há dias o meu pequeno príncipe descobriu quando, ao ler sozinho a famosa história do Spiderman, se deu conta que a mamã coloria a realidade, ao dizer que o tio do super herói foi ferido, quando a história diz que foi assassinado. Fui apanhada :)

No que depender de mim, nunca lhe faltará o que ler. 
Os pássaros têm asas, os homens têm livros!

A três é que é bom!