Se é verdade que já me chamaram de teimosa, eu tenho muita dificuldade em encaixar a crítica, considerando-me obstinada e persistente.
Embora não me seja fácil abrir mão das ideias que tenho, reconheço em mim
abertura bastante para ouvir os outros e retirar das suas opiniões uma visão
para limar e melhorar as minhas.
Teimosos, no meu ponto de vista, são os homens da minha
família: pai, irmão (senhores de toda a verdade, são capazes de fincar pé num
ponto de vista durante horas, estando, no final, ambos errados, mas sem nunca
abdicar da certeza de que estão certos) e – deve estar nos genes dos Teles – o meu
filho.
O meu pequeno príncipe gosta de brincar com os limites. É incapaz
de assimilar uma ordem à primeira, tentando sistematicamente adiar o inevitável.
Quando falo de ordens, são coisas tão simples como:
calça-te, veste o casaco, aperta o casaco, põe a mochila direita nas costas, para
de chatear o cão… São pequenas coisinhas do dia-a-dia que tenho de repetir até à
exaustão. É cansativo. Extremamente cansativo.
Costumo dizer-lhe que me tira anos de vida com as pequenas casmurrices
dele. Começamos, muitas vezes, o dia da pior maneira só porque está decidido a
contrariar-me e a ser teimoso.
Outras vezes acontece que a sua cabeça dura lhe traz
dissabores maiores. Aconteceu esta semana. Por causa da sua obstinação em não
querer dar-se a oportunidade de aprender mais alemão (vendo televisão e lendo
livros nessa língua), acabou a chorar com fortes razões para isso.
Naturalmente que uma coisa não justifica a outra (a teimosia
não se combate com agressividade) e estou certa que toda a situação acabou por
ser um aprendizado para os envolvidos.
Ser pai/mãe é, definitivamente, o papel mais difícil de
desempenhar. Temos que nos melhorar todos os dias, encher-nos de empatia e
paciência, controlar os ímpetos e as emoções e ser para os nossos filhos aquilo
que eles mais precisam: um lugar seguro!
A três é que é bom!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.