quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Da presunção

Eu gosto de escrever.

Nem sempre aprecio o que escrevo. Não tanto pelo conteúdo (porque não conto mentiras), mas pela forma, pela abordagem, pelo excesso de detalhes ou pela falta deles. Não obstante escrevo.

E escrever desanuvia-me.

Portanto, a ideia de criar um blog sobre a vida a três nasceu não apenas porque tenho uma memória seletiva (e no blog fica gravado para a posteridade) mas também pelo prazer pessoal de narrar histórias.

Está bem claro que não tenho um ranking de visualizações e que não criei esta página para ganhar dinheiro – não há nem haverá publicidade associada!  

Não obstante, gostava de ter mais retornos. E ontem queixava-me ao meu marido precisamente disso – disse-lhe que gostaria de saber se há quem me leia e o que acham (tata, eu sei que tu lês!).

Neste ponto, respondeu-me com a altivez e a suma convicção de que tal deveria ser-me suficiente: eu leio!
Uau! A sério? E quê? Devo ser-te grata e reconhecida porque tu lês um blog que fala sobre a nossa família? Mau seria que não lesses, digo eu com os nervos.

Achei extremamente presunçoso e arrogante.

É seu hábito achar que desvalorizo a sua opinião só porque quero saber a dos demais. Mas está enganado. Não desvalorizo. Mas relativizo. Como parte interessada e conhecedora dos factos, não tem uma opinião isenta.

É perfeitamente legítimo querer ocupar os lugares de topo na vida dos que nos são queridos, mas assumir que se é suficiente, é excessivo. Menos, menos.

Como prometido, esta entrada é mesmo só para ti, marido querido.

A propósito: agora percebo a quem sai o meu pequeno príncipe quando se acha o Cristiano Ronaldo lá da escola. Deve ter passado nos genes.

A três é que é bom!



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