Confesso ter ficado um pouco reticente quando o pequeno príncipe nos pediu um skate. Na minha cabeça choveram imagens de joelhos esfolados, braços partidos, cabeça aberta, boca ensanguentada, dentes em frangalhos… Coisas banais, vá, na vida de crianças ativas.
Já em tempos tivera um skate reciclado, de tamanho
desadequado, com o qual não se entendera e que rapidamente voltou para o sítio
de onde viera.
Nessa altura não consideramos ser o momento certo para lhe
comprar um e, verdade seja dita, ele não voltou a falar do assunto. Até há
dias.
Veio, portanto, com a conversa que gostava de ter um skate e
que já sabia andar, porque na Maison
Relais tem praticado.
Ora bem, se é para andar de skate, ao menos que seja num
ajustado às suas capacidades e com as proteções todas, para minimizar os
estragos. Até porque, como não vou conseguir que não ande naquela coisa diabólica
quando está no acolhimento, ter um para praticar em casa facilita e incrementa a
aprendizagem.
E foi assim que recebeu um skate e nos mostrou que,
efetivamente, já se safa relativamente bem. Ao contrário da mãe que, mal pôs um
pé em cima, ia virando os dois para o ar, equilibra-se e “dá o jeito” ao corpo,
de maneira graciosa e de quem já domina. Gosto de o ver.
Por muito que às vezes assuste e tenhamos receio que se
magoem, devemos, enquanto pais, apoiar e incentivar a pratica de atividades ao ar livre,
arrancar os nossos miúdos para o exterior e deixá-los cair – pois só assim aprenderão
a se levantar.
A três é que é bom!
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