A vida é feita de momentos grandiosos dos quais guardamos milhões
de fotos, de vídeos e de memórias. Recordamos com um suspiro a última ceia de
Natal, as últimas férias, o último encontro com aqueles que amamos.
E nesta ânsia das ocasiões empolgantes, acabámos por passar
ao lado de uma série de pequenos acontecimentos que, sem serem especialmente
vistosos, quando nos focamos neles reconfortam o dia a dia e amparam-nos numa existência
que nem sempre corresponde às nossas expectativas.
Ontem, enquanto lavava minuciosamente as tronchudas que os
meus pais nos enviaram (porque são, dizem eles, biológicas e inigualáveis a
quaisquer outras que pudéssemos comprar no supermercado), o meu filho veio
colocar-se ao meu lado para jogarmos a uma espécie de quiz.
As perguntas estão plasmadas nas pequenas cartas que anda a
colecionar (sua mais recente obsessão), incidindo, grosso modo, sobre
agricultura e produtos locais.
Já não sei se respondi corretamente ou não às 2/3 primeiras
perguntas, mas sei que a partir de uma altura ele me veio repenicar um beijo na
bochecha porque eu tinha acertado na resposta. Perguntei se era o meu prémio
por ter respondido corretamente e ele assentiu. Não podia devolver o beijo,
apenas recebê-lo.
Não consigo imaginar recompensa mais gratificante!
Felizmente para mim que as perguntas não eram complicadas,
pois jamais me perdoaria de perder uma oportunidade daquelas de receber, assim,
espontaneamente, tantos beijinhos do meu pequeno príncipe.
Sim, que do alto dos seus 8 anos, dar beijos à mãe não é quando ela quer, é
quando ele decide que lhe apetece e que ela merece.
O papa, que consegue ser pior do que eu nesta cata ao
carinho, veio sorrateiramente encaixar-se no jogo e juntos partilhamos um
momentinho delicioso que, sem ser estrondoso, conseguiu fazer transbordar os
nossos corações de amor.
A três é que é bom!
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