Esta é uma daquelas histórias que tenho mesmo de partilhar. Não me quero esquecer que isto aconteceu. Só lamento não ter uma foto para ilustrar o momento em que quase me abafo de tentar conter o riso.
Comecemos.
Na passada sexta-feira, a caminho da escola, o meu pequeno
príncipe, enquanto dava mimos ao cão, dizia-me:
- “Mamã, quando o Mickey tiver bebés, e os bebés dele
tiverem bebés e depois estes tiverem bebés (sim, são muitas gerações, mas a
conversa foi esta e não vou distorcê-la), eu, como vou ser veterinário, vou
abrir-lhes a barriga para lhes tirar os bebés.”
Expliquei-lhe que o procedimento normal não é ter de abrir a
barriga às mamãs para tirar os bebés e que a cadela deveria conseguir ter os
filhos sem a operar. Só seria necessária a ingerência do veterinário se alguma
coisa corresse mal.
Neste ponto, o meu pequenito lembrou-me que nascera graças à
intervenção do médico que me abriu a barriga – tivemos esta conversa por causa
da cicatriz da cesariana. Eu confirmei, dizendo-lhe que fora apenas porque ele
não estava a conseguir sair sozinho. Tinha o cordão umbilical à volta do pescoço,
o que o impediu de nascer por parto natural.
Após me ter questionado se podia ter morrido e eu lhe
assegurei que esteve sempre tudo controlado e que nunca duvidei que sairíamos
os dois ilesos daquele parto, o meu filho, ligando as pontas, vira-se para mim
e pergunta: “e então, quando não é pela barriga, saem por onde os bebés? Pelo
cu?!”
Quase me desmanchava! Ao mesmo tempo que me ocorria que nunca
me tinha feito esta pergunta, vi-me obrigada a um esforço descomunal para não rir
às lágrimas.
É claro que a sua interrogação tem lógica. Tem de haver a way-out para os bebés.
Felizmente estávamos a chegar à escola e não havia tempo
para muitas explicações, por isso, sucintamente disse-lhe que as senhoras têm
uma saída na pombinha que é para os bebés nascerem. Não é por onde sai o xixi.
É um buraco especial. E isso faz de nós, mulheres, seres tão mágicos, capazes
de dar à luz. Não se pronunciou e seguiu caminho, em direção ao terceiro dia de
escola.
No regresso a casa o Mickey olhou várias vezes para mim, a
perguntar-se se me estava a dar alguma coisinha ruim… É que me ri tanto, tanto
que as bochechas me doíam.
(Ainda não me voltou a falar do assunto – medo!).
A três é que é bom!
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