Costuma-se dizer que aquilo que não tem remédio, remediado está.
Esta máxima não é, infelizmente, extensível ao inexplicável.
Não podemos dizer que “o que não tem explicação, explicado está” e muito menos
podemos ignorar os questionamentos das nossas crianças, respondendo “porque sim”,
furtando-nos a satisfazer a sua curiosidade nos temas mais diversos.
Mas o que responder à pergunta: mamã, porque é que há uma
guerra? Gostaria de poder dizer ao meu pequeno príncipe que sonhou com isso,
que são fake news e que no mundo
reina a paz e o amor. Mas não posso.
Não ignoro o que se está a passar.
Não faço ideia sobre o que estará por vir.
E tudo isto é terrivelmente assustador!
Para tentar acalmar o coração do meu menino – e o meu! –
digo-lhe que os problemas não se resolvem com guerras mas a conversar. Tal como
nós fazemos na nossa vida de todos os dias, os representantes dos dois países
envolvidos neste conflito vão ter que se sentar à mesma mesa e, civilizadamente,
procurar um entendimento.
As guerras só trazem desgraça e destruição. Não acrescentam valor. Mostram o
que de pior as pessoas têm dentro de si.
Num mundo perfeito, não existiriam armas.
Num mundo perfeito cada um respeitaria a individualidade do
outro.
Num mundo perfeito a Rússia metia a viola no saco e deixava
a Ucrânia, livre e independente.
Quando acreditamos muito numa coisa, com muita muita força,
ela torna-se realidade.
Eu acredito.
Acredito na humanidade e na justiça. Acredito que no meio da
podridão, vozes se levantarão para acabar com esta insanidade.
Enquanto o fim não chega, não posso deixar de lamentar pelas
vidas já perdidas, pelas famílias desfeitas e pelos futuros irremediavelmente
embargados.
E ao fim do dia, quando dou um beijo de boa noite ao meu
filho, agradeço aos céus por mo ter dado e peço-lhe que jamais mo tire.
A três é que é bom!
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