segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Das coisas simples

Costuma-se dizer que o Natal é quando o Homem quer. Aproveitando essa flexibilidade das coisas, o Ministério da Educação cá do sitio entendeu que as férias de Carnaval seriam, este ano, duas semanas antes do entrudo.

Compreendo que se trata de uma medida que visa equilibrar os períodos de aulas e de repouso dos miúdos e elogio esse cuidado. Porque vejo no meu filho o quanto as paragens são importantes para recarregar energias.

Não obstante, nem todos os alunos têm reais períodos de férias, podendo ficar em casa ou, melhor ainda, sair e viajar. Alguns, como o meu, têm, apenas, períodos sem aulas – porque como os pais trabalham, levantam-se cedo igual e passam o dia nas estruturas de acolhimento.

Eu sei que o meu pequeno príncipe não aprecia ir para a maison relais. Mas não há muito que possamos fazer para remediar isso. O que está ao nosso alcance é valorizar o tempo que passámos juntos e tentar, nesses períodos, criar memórias felizes.

Foi nesse intuito que programamos uma coisa tão simples quanto ir ao cinema, ver o Sing 2 – filme que ele andava ansioso por ver. Já não íamos há anos! Nunca fomos muito, mas desde que eclodiu a pandemia nunca mais lá pusemos os pés. E sabe bem, sobretudo em dias de inverno.

Assim, disse ao meu pequenito que para sábado tínhamos agendada uma saída. Na sua ânsia do que está por vir tentou, por várias vezes, saber o que seria. Para o sossegar e o impedir de delirar nas expectativas (e sair frustrado), disse-lhe que era um programa bem simples, sem sair do país e que tinha a certeza que ele ia gostar.

E é claro que gostou. Gostou muito! Do filme, principalmente. Mas também das pipocas e dos M&Ms. De sair de casa e fazer alguma coisa de diferente. De criar memórias.

E na vida devemos guardar memória apenas dos bons momentos. Dos maus devemos tirar o devido ensinamento e prosseguir.

A três é que é bom!



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