quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Das “notas, castigos e prémios”

Este é o título da última crónica sobre dicas/educação -  da autoria de uma psicóloga e de uma professora -  com tiragem num conhecido jornal português aqui do sítio.

É que nem de propósito. Vem de encontro às minhas preocupações do momento.

Li, portanto, com toda a atenção a opinião das ilustres doutoras e recomendo.

No entanto, e se me permitem, a abordagem do tema peca por não ser suficientemente abrangente.

Quid das crianças que sabem perfeitamente a matéria mas estão com a cabeça sabe-se lá onde e fazem asneiras nos testes? Consecutivamente. E não, não estão a passar por nenhum episódio traumático que o justifique, nem tão pouco sofrem de ansiedade perante fichas de avaliação.

O meu querido e adorado filho, por quem tenho um amor e orgulho desmedidos, fez porcaria nos três últimos testes, por pura distração. Num momento escreve bem a palavra, na linha seguinte escreve com erros. Ao escrever o resultado de uma conta, coloca as dezenas e esquece as unidades… Isto é o quê? É coisa de deixar a mãe à beira de um ataque de nervos.

Eu sei – e assumo sem qualquer pudor – que sou muito exigente com o meu pequenote. Mas sou aquilo que ele fez de mim. Eu não posso deixar de me indignar com os resultados se sei que são fruto de uma cabeça de vento. Não é stress, não é medo de falhar, não é bloqueio mental… é pura e simplesmente fazer a correr para passar a outra coisa.

As senhoras doutoras não souberam/quiseram responder o que se faz nestas circunstâncias.

Em minha casa o que se passou foi o seguinte: ao terceiro teste com erros de palmatória (aqueles imperdoáveis, porque sabe a resposta – até porque faz a correção sem qualquer ajuda – mas responde errado), ficou de castigo.

Não fui severa como ele merecia. São apenas 3 dias sem ver televisão (a sua perdição).  

A minha relativa clemência deve-se ao conhecimento de que a época pré-natalícia o deixa em pulgas e ao meu receio de tornar os castigos contraproducentes. Mas tudo isto me deixa furibunda e baralhada e sem saber o que fazer para o ajudar.

Custa-me vê-lo desperdiçar as energias em futilidades. Centrar o seu pensamento em banalidades e relegar para segundo plano o fundamental.

Sei que quando não tem testes só de estrelas que fica furioso e desiludido consigo mesmo. Esta sua consciência de que é capaz de melhor dá-me esperança de que da próxima vez se concentre e os testes sejam o reflexo das suas capacidades, conhecimentos e competências.
Se pode ser excelente, porquê contentar-se com bom?

Este, como outros, é só mais um caminho tortuoso que vamos palmilhar juntos. Porque, por mais ameaças que faça, eu nunca vou desistir do meu pequeno príncipe e de o arrastar para o melhor de si.

A três é que é bom!





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