O meu pequeno príncipe é filho único. Esta fora uma decisão nossa, mesmo antes de ter engravidado. Além de ter sido mãe já com 35 anos, não me via (nem vejo) capaz de gerir uma vida com mais do que uma cria. Se com um já não tenho tempo para nada, com dois, três, quatro... enlouquecia.
A dada altura – e isso acontece com todas as crianças – o meu
filho disse-nos que queria ter um irmão, para ter com quem brincar.
Explicamos-lhe que não estava nos nossos planos ter mais do que um filho mas
que percebíamos que lhe faria bem ter companhia.
Por conseguinte,
prometemos-lhe um animal de estimação.
Tem um cão desde janeiro de 2020. E
tratam-se como se fossem irmãos de verdade. São ciumentos um do outro, com
arrufos e pequenas quizilas. Gostam-se, só que não. Uma espécie de: "je t'aime, moi non plus".
Com quem o meu rebento tem uma relação maravilhosa é com a prima. A minha querida e adorada sobrinha
e afilhada.
Não creio que qualquer amor fraterno fosse superior ao amor
que os une.
Eu tenho um irmão – o pai da minha sobrinha! – e a nossa relação nunca foi um
quinto da relação dos nossos filhos. Entendem-se até no desentendimento.
O macho Alpha da relação é a menina. É mais velha um ano e
sempre teve o ascendente sobre ele. Mas não, não é uma relação de submissão. É
uma relação coordenada e harmoniosa, de carinho e respeito mútuo, de pura
cumplicidade.
No passado domingo, e como já contei, fomos ver o meu filho
cantar no concerto de Natal. A minha princesa (rainha, como ela tanto gosta de
se auto-nomear), ainda não tinha ouvido o primo e já apregoava que ele era o
melhor de todos e que ela é a sua maior fã. A fã número um! Quis gravar o
concerto completo, fazendo “xiu” à audiência, para poder ouvir o seu Matias.
Isto é Amor!
Não são irmãos. Mas são família. E no núcleo duro da nossa família, vale o mesmo. Estamos cá uns para os outros. Sempre.
Será um Amor para a vida toda. Tenho a certeza!
A três é que é bom!