A ideia inicial, de tirar férias aquando ao meu pequerrucho no mês de maio, era que pudéssemos aproveitar uns dias em família, algures. O papa viu-se negado o pedido de férias pelo que o plano original, de partirmos os 3 (ou os 4) foi por água abaixo.
A verdade é que a perspetiva de passar toda uma semana por
casa com o rebento não correspondia minimamente às minhas expectativas de
repouso e proveito. Tirar dias para ficar em casa não são férias. São, de certa
maneira, dias perdidos.
Assim, e tendo em conta que nunca tinha viajado sozinha com
o meu pequeno príncipe, começamos a explorar uma série de alternativas, por forma
a poder partir com algum suporte. Excluídas as opções que mais nos teriam agradado,
acabamos por nos associar ao grupo de uma pessoa que nos é muito querida e
partimos rumo à Calábria.
O hotel era simpático mas bastante isolado. Como a época
balnear só abre em meados de junho, ainda não havia animação e nos arredores
estava tudo fechado.
Valeu-nos o facto de o grupo contar com 8 menores, dos 6 aos 17 anos, e de
todos se entenderem relativamente bem. Brincaram na piscina, no mar, no areal, nos
vastos jardins relvados. Não houve escaramuças nem amuos. Conseguiram conciliar
interesses e aproveitar a presença uns dos outros para tornar as férias mais animadas.
O meu filho passou praticamente os dias mergulhado na água,
ora doce, ora salgada. Saía obrigado, quando as horas das refeições o impunham.
E contava os minutos da digestão, para poder voltar a saltar para a piscina ou
para entrar no mar e ver os peixes nas águas límpidas em vários tons de azul.
Com muita dificuldade o persuadi a passear um pouco à beira
mar (ficamos desiludidos com a quantidade de lixo na praia) e a acompanhar-me
numa caminhada de 25 minutos, que nos levou à paisagem mais bonita da semana. Chegados
ao cimo da escadaria concordou que valeu a pena. Concorda sempre. Mas a luta
para o convencer a seguir-nos é por vezes desgastante.
Se tivesse que apostar no ponto alto da nossa estadia em
Itália, diria que foi o passeio de barco de Tropea a Capo Vaticano. Não para
mim, que enjoei e quase virava o barco. Para o meu pequenote.
Desde que chegamos até ao dia da excursão andou a moer-me o juízo a dizer que
queria mergulhar em alto mar – porque, de acordo com a descrição da atividade,
haveria essa possibilidade. Disse-lhe que só poderia lançar-se à água se
tivesse colete salva-vidas. Pois bem… havia coletes. E o prometido é devido. Não
sei qual de nós estava mais nervoso, mas sei que ele se encheu de coragem e se
atirou para as águas fundas por duas vezes. Eu fiquei com o coração numa mão e
o telemóvel na outra – para registar o momento – a perguntar-me se tinha
perdido a cabeça ou se estava apenas a permitir ao meu menino criar memórias. Não
excluo a primeira possibilidade, mas confirmo em absoluto a segunda. O orgulho
de ter superado o medo e a satisfação de ter nadado em águas profundas eram palpáveis.
Foi uma semana intensa.
Intensa em emoções.
Intensa em sensações.
Intensa em tensões.
O balanço final destas férias mãe e filho é definitivamente positivo e, a fazer, faria de novo. Mas tive uma dificuldade maluca em relaxar – sempre de olho no rebento, a seguir-lhe os passos por todo o lado e a senti-lo ao meu lado na cama – pelo que regressei a casa com umas saudades bárbaras do meu marido e da segurança que ele me dá.
A dois foi bom, mas a três é melhor!
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