Comecemos pela parte factual: o meu pequeno príncipe já tem 9 anos. NOVE!
Uns dias antes da data do seu aniversário tive uma reflexão
que além de aterradora, me deixou à beira da depressão: 9+9=18. Ou seja, outro
tanto de vida do meu filho (que a mim me parece que nasceu ontem) e atingirá a
maioridade.
Se isto não é avassalador, não sei o que seja. Esta
consciência de que está cada vez mais perto de ficar longe, esta projeção num
futuro próximo em que o meu rebento aparece mais alto do que eu (e já falta tão
pouco!), de voz grossa e barba é-me insuportável.
Que saudades que eu tenho do meu bebé!
É claro que na caixinha das recordações desses primeiros tempos, só guardei a lembrança do aconchego gostoso, do bom que é ter
um bebezinho nos braços e sentir o seu calor e o seu cheiro, o olhar penetrante
e o seu sorriso doce e ternurento. As cólicas, as mastites, o vomitado, as
horas ao colinho antes de adormecer… nada disso me lembro.
A realidade atual é menos idílica e mais pungente.
Nestes últimos tempos, partilho a vida com o que
qualificaria como uma espécie de pré-adolescente que, além de teimoso como uma
burra, demonstra uma enorme incapacidade de discernir o que é bom para si.
As ideias de jerico afluem com vivacidade, os interesses são
determinados pela coletividade (gosta daquilo que os outros gostam,
independentemente do que seja) e vive obcecado pelo que está para vir.
Neste quadro, é fácil colidirmos e chocarmos, tal é o enfoque do meu filho em
caminhos tortuosos e perigosos.
Bem sei que tenho de o deixar cair e bater com a cabeça – para que retire o ensinamento
dos próprios erros e para que possa aprender a levantar-se. Mas, até onde posso
e devo tolerar que vá? Onde está o limite? Quando é que na minha tentativa de o
proteger deixo de vestir a pele de mãe galinha, e passo para a pele de mãe
manipuladora e restritiva?
Não é evidente.
E coloco-me muitas vezes em causa, no desejo de ser para o meu menino um pilar
firme onde se apoiar toda a vida e não um cadeado do qual deseja libertar-se.
Comunicação, compreensão, tolerância, empatia e muito Amor
serão, certamente, as chaves para levar este barco a bom porto. O vento nem sempre é favorável, mas ajustando as velas, havemos de chegar. Muss!
Nunca ninguém disse que seria fácil, apenas que valeria a
pena (autor desconhecido).
A três é que é bom!
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.