Para iniciar esta entrada quase me apetece repescar a minha citação da anterior e reiterar: não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti.
A mim, em criança, fizeram-me algumas patifarias que ainda
recordo. Uma das que mais me marcou está associada ao meu físico e poderá ser uma
das causas pelas quais, ainda hoje, olho para o espelho e não gosto do que
vejo.
Concretizando: quando mudei os dentes, nasceram-me, como a
toda a gente, duas favolas de adulto que, naturalmente, eram grandes demais
para a minha cara.
Hoje eu sei que isto acontece com todos. Naquela altura não sabia. E, portanto,
quando me chamavam dentolas, isso significava muito para mim.
O recalcamento é de tal ordem que o meu filho já conhece esta
história, tendo acusado a responsável de tal judiaria de ter sido má para a sua
mamã querida.
Isto vem a propósito do primeiro grande acontecimento do ano
do meu pequeno príncipe: caiu-lhe o terceiro dente. Caiu não. Foi arrancado.
Os incisivos centrais superiores estavam a abanar há uns
dias. A impaciência e vontade de ter um sorriso novo não deram descanso aos
pobres dentes, tendo o esquerdo acabado por ficar pendurado por um cantinho.
Receosa que o seu destino fosse o mesmo do segundo dente que mudou (o seu estômago),
perguntei se queria que lho arrancasse. Assentiu e em menos de 5 segundos
estava com um belo buraco negro no seu lugar.
Que orgulhoso que ficou, ansioso por mostrar a toda a gente.
Na escola, os colegas disseram-lhe que está estranho.
É um comentário relativamente isento, mas que já o faz duvidar de si.
Perguntou-me, inseguro: achas que estou bonito mamã? É claro que estás meu
amor! És o menino mais lindo do mundo!
E é!
Lindo por fora e perfeito por dentro.
A três é que é bom!
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