terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Dos estereótipos

Comecemos por fazer a distinção entre estereótipo e preconceito.

No primeiro, o principio é o da categorização das pessoas por grupos, assumindo que determinados indivíduos são iguais só porque possuem algumas características semelhantes.
O preconceito implica não apenas uma categorização, mas, mais do que isso, um pré-juízo discriminatório sobre um determinado grupo. Tem, contrariamente ao estereótipo, uma conotação negativa e de desagregação.

Na verdade, o preconceito vem, muitas vezes, do medo do desconhecido. E eu não fujo à regra. Sou preconceituosa em relação a determinadas pessoas, assumindo, sem qualquer prova, que A ou B não se coaduna com os meus princípios e valores só porque é de origem X ou Y.

Estou errada. Sei disso. E quando me apercebo das barbaridades que digo e penso, recrimino-me e procuro focar-me nas pessoas. Mas reconheço que não é fácil.  

E isto vem a propósito de quê? - perguntam-se vocês. Vem no seguimento duma reação espontânea (e nada maldosa) duma querida amiga quando lhe disse que o meu pequeno príncipe anda no grupo coral da escola de música: “O Matias é menino de coro?”

Este é, claramente, um estereótipo que muitos temos. Imaginamos, nas nossas cabeças, que os meninos que andam no coro são uns santinhos, de óculos e roupas impecavelmente limpas.

Olhem que não!

O meu filho (como muitos dos meninos e meninas que fazem parte do grupo) não se enquadra nada neste estereótipo, mas canta lindamente. Tem uma voz doce e afinada e um gosto tremendo em cantar. Foi uma aposta acertada propor-lhe fazer parte do coro. Aceitou e diverte-se imenso.

Tenho a certeza que se soubesse que o grupo coral é conotado como um ajuntamento de totós não gostaria de fazer parte. E teria sido uma perda tremenda. Para si e para o grupo.

Foquemo-nos no que é realmente importante e deixemos de colocar etiquetas nas pessoas.

É importantíssimo educar os nossos filhos para a diversidade e a aceitação, na certeza que também eles são diferentes dos demais. Todos diferentes. Todos iguais.

Deixo-vos com uma foto do meu pequenito, todo aparaltado para a sua segunda atuação com a “Chorale”. Foi de arrepiar.

A três é que é bom!




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