Desde que tenho memória, sempre adorei o Natal.
E não, não é por causa dos presentes! Aliás, tenho ideia que
em criança houve Natais que não recebi nada. Recordo-me de ter um Pai Natal de
chocolate (daqueles que sabiam a sabonete) na bota, uma tangerina e camisolas
de malha que a minha mãe tricotava… Mas brinquedos só me lembro a partir do
momento em que o Luxemburgo passou a fazer parte do meu mapa. A minha última
boneca recebi aos 12 anos e fui com os meus pais comprá-la. Um modelo último
grito, que falava e andava. Acho que ainda a tenho no meu quarto na casa
parental.
Mas como dizia: não são as prendas que me cativam nesta
quadra. Nadinha. A ponto de após o nascimento do meu filho, ter sugerido (e
convencido) mudássemos as regras das festividades e só os pequenitos é que passaram
a receber prendas no Natal.
Após uns primeiros anos de exagero completo com as crianças,
voltamos a ajustar os nossos ímpetos consumistas e, além de identificar quem
oferece as prendas (não são todas do Pai Natal – este só traz uma, se a
criatura merecer…), estabelecemos que só há presentes da família no 24 de
dezembro. Deixamos de oferecer por ocasião do Saint Nicolas.
E isto tudo porquê? Porque o Natal não pode ser sinónimo de
resmas de presentes!
O Natal é Família, Amor, Amizade, Fraternidade,
Solidariedade, Partilha!
Deveria ser assim o ano inteiro. Estamos de acordo.
Mas o certo é que a vida atarefada e atrapalhada muitas
vezes não nos dá tréguas e vai-nos impulsionando para a frente, empurrados pela
corrente, sem refletirmos no nosso caminho.
Mas em dezembro chega sempre o Natal.
E nesta altura damos por nós a reviver os últimos meses de correrias e a
prometermo-nos que para o ano vai ser diferente. Damos por nós a querer parar e
aproveitar o agora, com aqueles que amamos.
O Natal tem este poder: o poder de nos lembrar do que realmente
importa. A Família. O Amor. A Amizade. A Fraternidade. A Solidariedade. A
Partilha.
Para inculcar bem lá no fundo do coração do meu pequeno
príncipe o verdadeiro sentido do Natal, há vários anos que replicamos uma
iniciativa, que já se tornou uma tradição nossa: fazer bolachas natalinas para
oferecer.
Não há nada mais precioso que possamos presentear aos outros
que o nosso tempo. Por isso, para aqueles que nos são queridos, nós fazemos com
todo o carinho estas bolachinhas, que além de kilos de manteiga e açúcar, levam
o nosso ingrediente secreto: o Amor.
O nosso prazer em oferecer redobra pela satisfação que vemos
em quem as recebe. São pedaços de afecto comestíveis.
Em abono da verdade, devo esclarecer que o meu pequenote tem
uma motivação extra para tamanho empreendimento. É que as iguarias não são
todas para oferecer. Além daquelas que ingere mal estão a sair do forno,
guardamos sempre umas quantas numa latinha, para nos confortar os dias frios.
Nhammm! Tão boas.
Isto sim, é Natal.
A três é que é bom!
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