Independentemente desta ter sido uma conclusão de génio que fez avançar o mundo, tenho para mim que não era preciso ter uma cabeça excecional para descobrir que as nossas ações desencadeiam consequências. Boas ações, boas consequências. E o contrário também se aplica.
E na manhã de ontem, foi dia de ver esta sentença a
acontecer…
Como já tinha partilhado, o meu pequeno príncipe tem sido
rei na sua determinação em fazer o que lhe apetece e como lhe apetece. Mesmo
tendo recebido alertas de que poderia vir a colher tempestades, decidiu semear
ventos.
Conclusão: não foi com espanto que descobriu que o Saint
Nicolas não lhe trouxe o lego que lhe tinha pedido. Disse-me que não ficou
triste por ter recebido um livro (um livro personalizado – A magia do meu nome
Matias, com mensagem do Saint Nicolas) porque recebeu alguma coisa, e que isso
era o fundamental. Relembrou que temia receber um pau, pelo que ter um presente
debaixo do pinheiro fora uma boa surpresa.
Apesar das suas palavras, partiu-me o coração ver a tristeza
e desilusão estampadas no seu rosto. E, podem acreditar, não lhe custou mais a
ele do que a mim.
Nestes últimos dias, por mais de uma vez tive de resistir (e
obrigar o papa a resistir também) à tentação de lhe comprar uma prenda que
correspondesse um pouquinho às suas expectativas e o deixasse feliz.
Mas o nosso papel de pais obrigou-nos a mostrar-lhe que os
seus atos trazem consequências. Se o Saint Nicolas premeia os meninos que se
portam bem, não pode trazer presentes para as crianças que não sabem ter tento
na língua e respeitar as regras.
Devo confessar que a dada altura tinha planeado dar-lhe o
castigo máximo e deixar um pau na árvore… Mas, além do pai não concordar – e a
educação de um filho é a dois que se conjuga – temi que o choque fosse
demasiado e lhe criasse revolta.
E também sei que seria demasiado.
Por mais mal que se comporte, está muito longe de ser um bandalho.
O meu filhote é um menino cheio de vida e que tem sempre
muita coisa para dizer. A boca é muitas vezes mais rápida do que o pensamento,
e, tal como o peixe, acaba por ser a sua perdição.
Espero, sinceramente, retire a lição do que sucedeu este ano
e possa desfrutar plenamente dos barbudos desta quadra nos anos vindouros… até
que a magia desvaneça.
Bom… Se puxar à mãe, terá 90 anos e continuará a ver trenós
no céu…
Amo-te meu Amor.
A três é que é bom!
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