A revelação remonta há mais ou menos um mês.
Era sábado de manhã, o pai tinha ido trabalhar, e o pequenote - madrugador em todos os dias em que não há escola - veio enfiar-se nos meus lençóis. Não para dormir. Para me forçar a levantar, porque tem fome - ele sabe que só pode ver um bocadinho de televisão depois do pequeno almoço.
Mas retomando: a dada altura, e sem qualquer contexto diz:
- Mamã, a fotografia é quando casaste com o papa?
- Sim filho.
- Eu também vou casar.
- Ai sim? E com quem? Com a mamã? (sim, esta costumava ser a ideia dele - de que casaria comigo)
- Não, com a Giulia.
GIULIA? Mas quem é a Giulia?
Explicou-me que era uma menina da classe dele e de quem ele gostava. E que vai casar com ela. Confidenciou-me que já lhe tinha dado muitos beijinhos. Na boca? - perguntei eu. Não, nas bochechas. Na boca é quando casar - ahahahahaha!
Descreveu-me a menina como muito bonita, com o cabelo comprido, como o da mamã. Não fala como nós (português, entenda-se). Indaguei se era alguma das que costumávamos ver ao chegar à escola de manhã. Disse que não. Mas afinal sim. Porque uma semana depois apareceu em casa com uma foto da miúda e é uma pequenita com um ar tímido que eu já vira várias vezes.
A nacionalidade da "escolhida" descobri na reunião de pais da semana passada: italiana :) Sim, tenho o assunto debaixo de olho. Que isto de me tirarem o lugar não vai ser para qualquer uma ahahahaha
Achei tão fofinho!
Fico contente que nutra sentimentos pelo próximo e que saiba que podemos gostar mais de uns do que de outros. Porque o mundo lá fora é uma selva. E temos que saber que nem todos merecem a nossa amizade.
A três é que é bom :)
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