Escolhido pelos pais e pago pela tia - que estava de férias em nossa casa e quis fazer um mimo ao sobrinho neto - foi assim que o Tigre se tornou parte desta família.
O rebento estava com 6 meses na altura. Se bem me recordo só uns 2/3 meses mais tarde começou realmente a interessar-se pelo seu "doudou". Mas nunca mais o largou. Viaja connosco para todo o lado. Já foi à santa terrinha, Madeira, Disneyland Paris, Palma de Maiorca, Amesterdão, Londres, Barcelona, Bruxelas, Faro... para todos os sítios onde pernoitemos ele vai.
E foi para a Costa Esmeralda, na Sardenha.
Foi e voltou... mas o que por lá se passou, só ele poderá contar :)
Chegamos domingo. O Tigre - tal como o seu dono - dormiram na nossa cama. Na manhã de segunda-feira ainda me recordo de o colocar na almofada da cama destinada ao filhote - muito útil para colocar coisas em cima mas para dormir ninguém sabe... já que ninguém a usou :)
Não nos acompanhou às praias de águas cristalinas, de um azul/verde de cortar a respiração, nem tão pouco nos passeios a Porto Cervo e Baja Sardinia.
Na quinta-feira, enquanto refastelada na minha espreguiçadeira a admirar o mar e a aproveitar a ausência dos meus dois homens - que, por insistência do mais novo, estavam enfiados na piscina - veio-me à lembrança o Tigre e o facto de o não ver há uns dias no quarto.
De regresso ao quarto de hotel vasculhamos cada recanto e, efetivamente, o mafarrico do peluche tinha desaparecido.
Como não tinha saído daquelas quatro paredes pelas mãos do príncipe, só restava a opção de ter sido levado pelas senhoras da limpeza. Acidentalmente, obviamente. E, naturalmente, no meio dos lençóis.
O papa foi a receção dar conta do trágico acontecimento. Reviraram toda a roupa da cama que estava para enviar para a lavandaria e nada. Ora, as camas haviam sido mudadas nesse dia e na terça-feira. Era necessário aguardar pelo dia seguinte para saber se teria sido levado para a lavandaria na muda de roupa precedente.
Eu confiei que sim. O marido ficou mais céptico.
No dia seguinte, sexta-feira, era o dia da nossa excursão à magnifica Ilha Maddalena. O Tigre não foi. Ainda em parte incerta, perdeu a extraordinária experiência de viajar num ferry, carregado de carros, motas e até autocarros. Não conheceu a Maddalena nem se encantou com as suas paisagens naturais - não apenas as praias e o mar com as suas cores indescritíveis, como as formações rochosas - e a praça onde Garibaldi assenta praça.
Ao fim da tarde, no regresso aos aposentos, verificamos que o nosso querido Tigre não nos esperava - como expectado.
O pequenino, que falou do seu "doudou" várias vezes durante o nosso passeio, começou a ficar preocupado. O papa foi indagar dos resultados da investigação prevista para esse dia e foi-lhe assegurado que o peluche tinha sido encontrado e regressaria no dia seguinte.
E assim foi. Enquanto aproveitávamos o nosso último dia de férias, a procurar conchas e o "occhio de Santa Lucia" (acho que encontrei um, bem pequenino), a apanhar banhos de sol, a nadar no mar, a fazer canoagem (a primeira vez do rebentinho) e a suspirar na antevisão do fim daqueles dias maravilhosos, o Tigre voltou a "casa".
Eu não assisti a esse momento mágico. Mas diz o papa que foi daqueles apertos e amassos de derreter qualquer coração. Posso bem imaginar!
Certo é que o Tigre escolheu bem o destino, para uma aventura sozinho, mas ficamos os três muito felizes que tenha decidido regressar ao Luxemburgo connosco :)
A três é que é bom!
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